A 1ª Vara do Trabalho de Barra do Piraí/RJ realizou, nesta quarta-feira (11), uma cerimônia em homenagem ao Oficial de Justiça, Francisco Ladislau Neto, servidor do TRT do Rio de Janeiro assassinado em 2014 enquanto cumpria um mandado naquela localidade.
A sala de audiências da VT, agora com o nome Francisco Pereira Ladislau Neto, recebeu servidores e magistrados, numa homenagem carregada de simbolismo e emoção. A foto do Oficial de Justiça foi colocada em destaque na parede, logo abaixo da galeria dos juízes.
“Essa foi a forma que encontrei para homenagear o Francisco. Não queria estar aqui nesta condição, mas é o mínimo que podemos fazer com nosso colega de trabalho. A gente torce para que fatos lamentáveis como esse não aconteçam mais”, disse o juiz Glener Pimenta Stroppa, titular da VT de Barra do Piraí.
A pedido do presidente da Fenassojaf, a Oficial de Justiça do Rio de Janeiro, Mariana Liria, falou em nome da Federação e prestou a homenagem ao colega. “Nossas entidades (Fenassojaf e Sisejufe/RJ) não vão deixar que a história de Francisco caia no esquecimento. A gente já prestou homenagem em diversas ocasiões. E neste momento que se completa um ano do assassinato, várias das nossas entidades também estão de alguma forma lembrando esse malfadado crime. A gente sempre vai brigar para não passar novamente por um momento de dor como esse”, disse a dirigente sindical, que participou da homenagem acompanhada dos Oficiais de Justiça Amaro das Graças Faustino e Fabiano.
Mariana agradeceu o apoio do pai de Francisco, o jornalista e sindicalista Chico Pardal e enfatizou que “num momento de extrema dor, ele se colocou diversas vezes à nossa disposição enquanto militante da nossa luta por segurança. E disse que não quer que aconteça com os filhos de outras famílias o que aconteceu com o dele”.
A representante da Fenassojaf ressaltou ainda que as entidades estão reforçando a luta antiga por mais segurança. “Muitos dos colegas aqui têm contato com a nossa realidade e sabem que quando a gente sai de manhã para cumprir as diligências, não sabe se volta para casa e em que condições. O que aconteceu com Francisco poderia ter acontecido com qualquer um de nós. O risco é sim inerente à nossa atividade”, disse, lembrando que mesmo após o crime, os ministros do Supremo Tribunal Federal, em julgamento sobre aposentadoria especial, menosprezaram o risco a que estão submetidos os Oficiais de Justiça.
Mariana finalizou a homenagem pedindo que as administrações dos tribunais reconheçam que a atividade é de risco. “A gente se solidariza com a dor da família, que é uma dor nossa também, de todos os servidores do Judiciário. Que a morte de Francisco nunca tenha sido em vão porque todos nós somos Francisco”.
O juiz Paulo Guilherme dos Santos Perissé, presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 1ª Região, destacou que o crime foi um episódio inaceitável “Esse assassinato mostra que precisamos dar atenção ao nosso pessoal. A gente vai levar essa história como um registro triste que não pode se repetir”, reforçou.
Durante a cerimônia, representantes da Assojaf/RJ entregaram um documento ao juiz Glener Pimenta Stroppa que pede a implementação de medidas de segurança, como políticas protetivas em áreas de risco. A cerimônia foi encerrada com um minuto de silêncio em memória de Francisco.
Da Fenassojaf, Caroline P. Colombo com informações do Sisejufe/RJ