O Sistema Eletrônico de Execução Unificado (SEEU) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que conecta em tempo real cerca de 1,5 milhão de processos de execução penal em 36 tribunais do país, está de cara nova. Desde a sexta-feira (17), a plataforma estreia nova marca e novo layout para garantir melhor experiência de usabilidade a partir de uma proposta mais intuitiva, acessível e de fácil manutenção.
O usuário pode esperar maior conforto visual, melhor navegação dentro do sistema e mais recursos de acessibilidade. O conteúdo foi organizado priorizando a hierarquia das informações, destacando e diferenciando elementos específicos do sistema para facilitar o manuseio.
Com a atualização do layout do sistema, o SEEU também renova sua logomarca. A nova marca adota um estilo gráfico mais moderno, caracterizado por formas simples, ainda mantendo o azul como cor principal. A ideia por trás do novo design é a simplicidade e o minimalismo.
Esta é a maior reformulação já realizada no sistema relacionada ao aspecto visual. O SEEU já passou por atualizações diversas para aperfeiçoar ou adicionar novas funcionalidades, como o Módulo de Alternativas Penais e o de Política Antimanicomial. A expansão e a qualificação da plataforma integram o portfólio de atividades do programa Fazendo Justiça, executado pelo CNJ com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento para acelerar transformações no campo da privação de liberdade.
“O SEEU é uma ferramenta dinâmica que constantemente se renova com a contribuição de todo o Judiciário, essencial para a superação do estado de coisas inconstitucional nos ambientes de privação de liberdade reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal. A introdução do novo layout representa avanço significativo porque proporciona uma experiência mais amigável e acessível para os usuários, requisitos fundamentais para que o uso da ferramenta siga em expansão”, apontou o coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF/CNJ), Luís Lanfredi.
De acordo com o juiz auxiliar da Presidência do CNJ com atuação no DMF João Felipe Menezes Lopes, a reformulação visual é uma das várias etapas de aprimoramento do sistema. “O SEEU vem gradativamente evoluindo em sua arquitetura, funcionalidades, desempenho e estabilidade, entregando serviços que otimizam a tramitação das execuções penais no Brasil. O passo que ora se anuncia tem seu olhar posto nos usuários, que serão beneficiados com uma interface mais intuitiva, tornando as interações com o sistema mais agradáveis e eficientes. Todo esse arranjo é fruto da institucionalização de uma estrutura de governança consolidada e voltada ao tratamento técnico das necessidades sistêmicas em um ambiente qualificado, que ressoa as diretrizes que norteiam a gestão do CNJ”.
Juiz colaborador do DMF na área de sistemas, Eduardo Lino Fagundes Júnior conta que o foco principal da reformulação do layout do SEEU foi a usabilidade. “Trabalhamos com equipes próprias para o objetivo da entrega, como designer de interfaces e designer responsável pela marca. Tudo isso para que o usuário sinta facilidade no manuseio do maior sistema de execução penal do Brasil. O usuário vai ganhar muito porque ele foi o centro deste processo”, disse.
Usabilidade
O novo desenho do SEEU prioriza a aderência do usuário ao sistema, leitura facilitada e recursos mais intuitivos, que minimizem a fadiga ao utilizar o sistema por longos períodos. “Foi com base nessas necessidades que entendemos que era necessária uma atualização. O SEEU também segue os princípios de modernização necessários para qualquer tecnologia. Existe uma governança preocupada com a qualidade do sistema ao trazer novos tipos de letra, imagens e nova logo, “, explicou o supervisor do Núcleo de Sistemas do DMF, Márcio Barrim.
As metodologias utilizadas foram centradas na humanização do sistema, como design thinking, prototipação, entrevista com os usuários e análise das sugestões de melhorias. A partir desse trabalho foi definido quais seriam os critérios de prioridade no processo de reformulação e como que a equipe poderia criar benefícios da forma mais rápida possível.
O coordenador da Equipe de Inovação do Núcleo de Inovação e Tecnologia do programa Fazendo Justiça, Felipe Carolino Machado, explicou que a estratégia de execução teve foco na harmonização da interface e ajustes de hierarquia da informação. “O SEEU é utilizado por centenas de pessoas todos os dias e o processo de melhorias no sistema é contínuo. O redesenho do layout é uma solicitação antiga dos usuários e essa entrega mostra que existe atenção e compromisso com os avanços e as novas tecnologias em voga”.
Sobre o SEEU
O SEEU está em constante atualização para facilitar a gestão de dados e informações sobre processos de execução penal e os usuários possuem cursos regulares para atualização de conhecimentos. O terceiro curso de capacitação de 2023 foi realizado entre 6 e 14 de novembro deste ano, após mais de 20 mil pessoas terem participado de dois ciclos de aprendizagem realizados em abril e junho. No fim do ano passado, consolidou a integração com o Sistema de Informações do Departamento Penitenciário Nacional (Sisdepen Indivíduos) e foi lançado o Módulo de Medidas Diversas da Prisão, que otimizou o gerenciamento das penas alternativas.
Em maio deste ano, foi lançado o Módulo de Medidas de Segurança, que oferece ferramentas para aprimorar a gestão de processos relacionados a pessoas com transtornos mentais, e que estejam sob custódia do Estado.
O sistema já está presente em 36 tribunais. A última corte a receber o SEEU foi o TRF4.
Fonte/ilustração: CNJ