Duas Oficiais de Justiça ficaram sob o poder de traficantes, no último dia 31 de maio, na comunidade do Areal, em Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense. Elas foram ao local para cumprir mandados judiciais e acabaram surpreendidas pelos criminosos. Uma das profissionais relatou o fato em certidão encaminhada à Justiça. A 166ª DP (Angra dos Reis) abriu um inquérito para identificar os bandidos.
No documento, a Oficial de Justiça relata que esteve na favela com sua colega por volta das 9h para cumprimento de diversos mandados. Lá, elas estacionaram o carro em uma esquina, na frente da praça principal. A dupla conseguiu cumprir dois mandados e ao se aproximar do veículo, foi cercada por três homens armados com pistolas. Os criminosos gritavam para que elas deixassem o automóvel e largassem as armas.
Ainda na certidão, a Oficial de Justiça contou que explicou aos criminosos que elas não possuíam armas e estavam ali apenas para cumprir mandados. Alterados, os bandidos tomaram as bolsas, celulares e os mandados das profissionais e resolveram levá-las com eles. Depois de uma hora e meia em poder dos traficantes e muita negociação, as Oficiais de Justiça conseguiram ser liberadas sob a condição "de nunca mais nenhum Oficial de Justiça entrar no Areal, em rua nenhuma, sob pena de entrar e nunca mais sair".
Por causa do episódio, a dupla não conseguiu intimar uma pessoa. Nesta quarta-feira (07), haverá uma reunião no Fórum de Angra dos Reis para debater a violência contra os Oficiais de Justiça.
A Fenassojaf se solidariza com as Oficiais de Justiça que passaram por esses momentos de pânico e reafirma o compromisso de atuar por melhores condições de trabalho e segurança para todo o oficialato. “Trabalhamos, diariamente, pelo reconhecimento da profissão de risco e a conquista de garantias que amenizem as situações de insegurança vivenciadas pelos Oficiais nas ruas”, afirma o presidente Marcelo Ortiz.
Fonte: Jornal Extra