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8º CONOJAF: PRIMEIRA PALESTRA DESTA QUINTA TRATA DA SAÚDE PSÍQUICA DO OFICIAL DE JUSTIÇA

8º CONOJAF: PRIMEIRA PALESTRA DESTA QUINTA TRATA DA SAÚDE PSÍQUICA DO OFICIAL DE JUSTIÇA

O segundo dia do 8º Congresso Nacional dos Oficiais de Justiça Avaliadores Federais (Conojaf) em São Luís/MA começou com a palestra “Saúde Psíquica do Oficial de Justiça”, ministrada pela Oficiala de Justiça, Carmem Sisnando, doutoranda em Constelação.

Antes da explanação, o presidente da Fenassojaf, Hebe-Del Kader Bicalho pediu a palavra para fazer uma homenagem ao Oficial de Justiça da 15ª Região, João Evangelista Mendes de Sousa, morto no mês de junho. De acordo com Hebe-Del, João Evangelista despendeu muito suor e luta em prol do oficialato e demais servidores do Poder Judiciário.

Num ato de respeito e homenagem, os Oficiais ficaram em pé e fizeram um minuto de silêncio. Ao final, o presidente da Federação conclamou: “João Evangelista, presente!”, numa demonstração de que o colega estará sempre presente junto aos Oficiais de Justiça.

Em seguida, Carmem Sisnando abordou a constelação sistêmica e enfatizou que a maior causa de doenças psíquicas na classe dos Oficiais de Justiça é a falta de reconhecimento da profissão. De acordo com ela, a constelação trabalha “essa questão de se reconhecer”.

A palestrante explicou que o Oficial de Justiça trabalha sozinho “e se sente excluído do sistema do Tribunal, por atuar isolado nas ruas”. Para a doutoranda, o peso e a cobrança da Instituição, além da história de vida do indivíduo fazem com que haja o surgimento de conflitos. “Às vezes, quando vamos cumprir um mandado, nos deparamos com conflitos pessoais internos, e a Instituição não quer saber dos motivos pelos quais aquela decisão não foi cumprida. Esse embate entre o conflito interno e a profissão gera o sofrimento psíquico do Oficial”, declarou.

De acordo com ela, os Oficiais de Justiça, muitas vezes, são desrespeitados e não conseguem identificar o sistema hierárquico dentro do Poder Judiciário. “Uma hora nós somos submetidos ao chefe da Central de Mandados, outra ao diretor da Vara” e esta situação abalada, psicologicamente, o oficialato.

Carmem explicou que a constelação trabalha a harmonia e o equilíbrio do sistema em que o indivíduo está inserido. Com o objetivo de melhorar o trabalho oferecido pelo Judiciário, a Oficiala de Justiça contou que fez um trabalho de constelação junto aos juízes e desembargadores das Varas de Família do Pará. “Durante minha experiência, eu percebi que o pedido do pagamento de pensão alimentícia, por exemplo, está mais relacionado ao amor não correspondido. Ele não tem nada a ver com o filho”, disse.

A partir de agora, a doutoranda fará o trabalho junto aos servidores para que eles aprendam mais sobre os sentimentos.

Ao final, a palestrante convidou os Oficiais de Justiça presentes no 8º Conojaf a conhecerem e trabalharem com a constelação para minimizar os sofrimentos da profissão.

Da Fenassojaf, Caroline P. Colombo