ARTIGO: O PROGRAMA SILVIO SANTOS E O SINDICATO PRÓPRIO DOS OFICIAIS DA UNIÃO NO RIO DE JANEIRO

ARTIGO: O PROGRAMA SILVIO SANTOS E O SINDICATO PRÓPRIO DOS OFICIAIS DA UNIÃO NO RIO DE JANEIRO

Por Thiago Duarte Gonçalves
Presidente da Associação de Oficiais do TRT da 2ª Região (Aojustra)


Você se lembra da famosa brincadeira do foguete, que era na verdade uma cabine no programa 'Domingo no Parque', com Silvio Santos nas tardes do SBT? Para ganhar um dos prêmios do programa, a pessoa tinha que dizer SIM ou NÃO de dentro da cabine quando a lâmpada vermelha acendesse e tinha que ser esperta para faturar um dos grandes prêmios oferecidos pelo apresentador toda semana. Assim, existia aquela proposta tentadora: “Você quer trocar um carro zero KM por uma caixa de lápis de cor”? Aí a pessoa respondia, sem ouvir: SIMMMMM!!, para desespero da família e amigos.

Então, assim que vejo o caso dos colegas oficiais do RJ tentados de entrar no Titanic do sindicato próprio. Ora, o que leva um segmento a trocar um sindicato que arrecada milhões por ano, com mais de 20 funcionários, com liberados para atuação sindical, com jurídico estruturado, por um sindicato pequeno, frágil, sem liberação, com uma arrecadação que não dará R$ 150.000,00 por ano (com otimismo), sem mandato classista??!!! Só o programa Silvio Santos mesmo, para entender.

Alguns podem dizer “não me sinto representado pelo Sisejufe RJ”. Não sou daí e não tenho condições de opinar neste quesito, apesar de conhecer colegas da Direção bem combativos e na luta pelas nossas pautas. Aqui em SP, diversos colegas oficiais da trabalhista igualmente não se sentem representados pelo Sintrajud, porém, optamos por outros caminhos que gostaria de dividir com vocês. Primeiro, construir uma Associação forte, articulada com a nossa Fenassojaf, oxigenada pelos colegas mais novos em conjunto com a experiência da velha guarda, que garante o olhar da especificidade do cargo; tal medida é importante para nós que somos apenas 5% de toda a categorias muitas vezes temos nossas pautas negligência pelas direções sindicais Brasil afora. Outro caminho, foi nos filiar e participar ativamente da vida do sindicato, sejam nas greves (aqui a adesão em 2015 foi de 93% na capital), seja como oposição ou na gestão do Sintrajud.

Diferentemente dos oficiais estaduais, que tem no Governo estadual seu “patrão” e cada estado tem um empregador diferente, nós da trabalhista/ federal temos o mesmo empregador dos demais segmentos, sejam os técnicos, analistas e agentes de seguranças, além de sermos regidos todos, sem distinção, pela Lei 8.112/90. A experiência do DF, único Estado que tem sindicato próprio de oficiais federais, é traumática e vazia de sentido, sem resultado positivo evidente. Infelizmente, nossos colegas de lá precisam de uma liminar para poderem participar do Congresso da Fenajufe, ficando órfãos do ponto de vista da representação junto à Federação.

Afinal, a quem interessa enfraquecer a luta do oficialato? Há ego por trás deste pleito? Por aqui, temos clareza de que sem a atuação conjunta com os demais segmentos da categoria, não teríamos a remuneração que temos hoje, por exemplo. Ou seja, estaríamos mais fragilizados.

Por fim, estranha-me a data escolhida para a assembleia de fundação: mesma data da eleição da Fenajufe que ocorrerá em SP!! Parte dos oficiais do RJ estarão lutando para que seja respeitadas e cumpridas as pautas do oficialato, além, é claro, das pautas gerais como a deforma da previdência, estabilidade, entre outras. Quem tem medo do debate, do contraditório, da democracia sindical?

Assim, fica um pedido: não embarquem neste Titanic. Há dois anos houve a mesma votação e a derrota daqueles que pregavam o sindicato próprio. Só a União e a participação ativa nas lutas gerais da categoria e específicas do segmento, deixando as pequenas divergências de lado, nos dará melhores condições para resistir a avalanche que está por vir em cima. Não há fórmula mágica!

Fonte: Aojustra